André Villas-Boas:"Ambição, vontade e empatia estão bastante presentes nos jogadores”
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Após a vitória sobre o Krasnodar o treinador do Zenit disse que a equipa foi outra vez capaz de responder após o golo sofrido, elogiou o jogo do Arshavin e explicou o que tem feito para que o jogo do Zenit tenha mudado tanto.

- Uma vitória muito importante para o Zenit. Mais uma vez após termos sofrido o 1-1 os jogadores responderam de uma forma inacreditável, com grande emoção no grupo para sempre lutar contra a dificuldade, fazendo outra vez uma grande exibição. Penso que foi injusto termos sofrido o 1-1 pois a equipa estava com o controlo absoluto do jogo, teve boas hipóteses para fazer o 2-0. Mas de qualquer forma o 1-1 abriu o jogo e mais uma vez tivemos uma grande resposta do Zenit. Os jogadores estão muito motivados e com grande ambição e esperamos que o clube continue neste rumo de vitórias.

- Se falarmos do Andrey Arshavin, não acha que tinha sido melhor deixa-lo no banco devido ao facto de ele estar envolvido numa situação extra futebol e talvez a sua cabeça neste momento não esteja no futebol.
- Não, não estou de acordo. Como jogador ele é um grande profissional e é um jogador de uma qualidade impressionante e está motivado para ser campeão e para marcar presença no grupo que vai ao mundial. Um jogador com esta experiência sabe perfeitamente separar as coisas. Uma coisa é a sua vida pessoal e outra coisa é a sua vida profissional e fiquei bastante satisfeito com a sua exibição porque em muitas situações deu continuidade ao ataque pelo lado esquerdo.

- Vemos regularmente os jogadores do Zenit perderem a concentração e falhar. Como reages a isso?
- Não concordo com essa análise. A equipa marcou o golo e continuou a dominar o jogo, teve muitas oportunidades na primeira parte para fazer o 2-0, como por exemplo a do Rondón em que a bola vai ao poste. Tenho de recordar que o Zenit teve 71% da posse de bola na primeira parte, o que é extraordinário. Teve sempre o controlo do jogo, não relaxou de forma alguma. O Krasnodar chegou ao empate porque é uma equipa boa, uma equipa competitiva, que está em 6º lugar e nas meias-finais da Taça e tem jogadores também com qualidade.

- No jogo frente ao Rubin fizeste uma substituição dupla e hoje estavas pronto para fazer o mesmo se o Hulk não tivesse marcado. O teu pensamento em relação ao limite de estrangeiros é o mesmo?
- O meu pensamento é o mesmo da semana passada, é o regulamento da Liga e não tenho problema nenhum. O que o regulamento ditar é o que tenho de cumprir. Eu e todos os outros. Para mim não é sequer um tema de conversa. Obviamente que em certos momentos um treinador gosta de ter continuidade na equipa mas temos de jogar perante um regulamento e não existe problema nenhum. Temos de nos adaptar mediante as regras que existem em jogo.

- No título em Portugal que venceste com o Porto o Hulk marcou 23 golos e foi o melhor marcador do campeonato. Agora o Hulk já lidera aqui a lista dos melhores marcadores. Essa coincidência pode ser um bom sinal?
- É muito importante o rendimento individual dos jogadores. Todos estão a subir e o Hulk em particular também. Está confiante, está motivado e é um jogador de qualidade mundial que está a conseguir jogar o seu futebol de forma mais confiante. Não só pela sua mudança mas pela melhoria de todos os seus colegas que lhe permite também ter mais situações. Não sei que tipo de impacto eu possa ter tido ou não. Sou sempre da opinião que são os jogadores que resolvem as situações porque têm qualidade e jogadores do nível do Hulk são fundamentais.

- Bateste um recorde, sendo agora o treinador com melhor estreia pelo Zenit. Como tens feito para que o Zenit além de vencer o faça de forma tão agradável?
- A equipa está muito motivada para continuar a ameaçar o Lokomotiv e também para manter a distância para o CSKA e outras equipas de Moscovo. A equipa está muito motivada e isso ajuda bastante. Volto a referir que têm estado excelentes nos treinos, têm sido capazes de transportar o que fazem em treino para os jogos e depois toda a qualidade que têm está a vir ao de cima. O que acho que está bastante presente nos jogadores é a ambição, desejo, vontade, empatia uns com os outros e isso leva cada ser-humano a querer fazer cada vez melhor. Penso que é isso que se está a passar e que está a ser traduzido em vitórias.

- Ontem fizeste uma visita ao grupo de adeptos do clube. Foste por tua própria iniciativa? O que achaste? E sobre os bónus da vitória, como são eles agora distribuídos no plantel?
-Relativamente à visita aos ultras, estávamos aqui à espera do autocarro, fui visitar a relva para ver como estava para o jogo e no regresso passei pela zona dos ultras e decidi entrar. Estive a ver um pouco das coisas que eles tinham, fui muito bem recebido pelos ultras e tivemos um pouco à conversa sobre as deslocações e as performances que fazem nos estádios e foi uma conversa aberta e interessante. Eles têm sido excelentes para nós no apoio. Mais uma vez ambas as curvas tiveram excelentes no apoio e isso faz sempre a diferença nas vitórias. Portanto temos também de lhes agradecer o facto de estarem sempre presentes para nós, de nos empurrarem para a vitória. Quanto aos prémios não sei como eles se dividem pois são coisas acordadas entre os jogadores e o clube. Se não me engano os prémios são repartidos por todos, mas não tenho a certeza. Vou ver para depois lhe confirmar.

- Disseste que a equipa passou por alguns treinos físicos intensos. Pensas ainda aumentar mais a intensidade? Qual achas que é a condição física dos jogadores? Outra questão é como é que a equipa celebrou os hat-tricks do Rondón e do Hulk?
- Cada treinador tem o seu tipo de treino e nós gostamos de trabalhar com intensidades muito altas. Os jogadores também gostam de treinar com essa intensidade e penso que temos conseguido tirar vantagem desse tipo de treino muito intenso e com muitas situações de posse de bola que é o que gostamos. Muitas situações com bola, que faz com que os jogadores tenham desfrutado do treino e acima de tudo têm sido capazes de trazer o que fazem em treino para o jogo. Relativamente ao espírito que se vive na equipa e aos jogadores estarem a conseguir mostrar a sua qualidade individual, o clube tem é de se manter focado em ser campeão. Obviamente que queremos celebrar os objectivos individuais mas temos um maior que é sermos campeões. O espírito de grupo está bom, podemos promover um ou outro encontro mas neste momento a equipa está focada é no objectivo final que é o título.

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