Em período de descanso na Liga Russa e com o mercado prestes a abrir, falamos com Bruno Carvalho, figura central da Team of Future, agencia que representa o Luís Neto. Em entrevista ao nosso site, Bruno Carvalho falou de como a mudança para o Zenit ajudou o Luís Neto a consolidar um lugar na selecção Portuguesa, de como o central do Zenit é visto como um exemplo para os jogadores mais jovens representados pela Team of Future e ajudou-nos a perceber qual será o segredo para tantos jovens da Povoa de Varzim e Vila do Conde conseguirem chegar a um nível tão elevado no futebol. Por fim Bruno Carvalho desmentiu as notícias que davam o Neto como estando de volta a Itália e prometeu uma visita ao Petrovsky se o Zenit for campeão!

—Estamos praticamente a fazer 1 ano que o Luís Neto se transferiu para o Zenit. Qual é o balanço até ao momento desta aventura na Rússia?
—Fantástico! Teve a oportunidade de crescer muito mais como jogador e é o culminar de um ano importantíssimo na sua carreira. Chega a um grande Clube Europeu, joga a Liga dos Campeões, disputa títulos na Rússia e ajudou a solidificar a sua posição entre os escolhidos de Paulo Bento na fase de apuramento para o Mundial de 2014.

—O Neto estreou-se nos titulares da selecção Portuguesa no início de Fevereiro, pouco tempo depois de se ter transferido para o Zenit. Acredita que a mudança para um clube da dimensão do Zenit também o ajudou a solidificar um lugar nos convocados de Portugal?
—Claro que a visibilidade é totalmente diferente quando se atinge um clube da dimensão do Zenit, no entanto não dos devemos esquecer que mesmo em clubes de dimensão mais reduzida o Neto já tinha estado pré convocado e até mesmo convocado para a Selecção quando jogava no Siena. Mas sem dúvida alguma que a solidez com que podes ser convocado para os eleitos do teu país aumenta quando os teus níveis competitivos sobem ao chegar a um clube de top europeu como é o caso do Zenit.

—Existe muito o estigma que quando um jogador se transfere para a Rússia acaba por ser um pouco esquecido. Podemos dizer que com o Neto foi o contrário?
—Não podemos negar, é um facto que ainda existe esse estigma mas apenas na mentalidade dos mais distraídos pois neste momento já não corresponde à realidade. A dimensão que o campeonato russo atingiu desde que as equipas russas começaram a ter outro poderio económico faz com seja impossível esquecer um jogador na Liga Russa. No caso do Neto é totalmente o oposto de facto e isso prova bem a visibilidade da Liga Russa.

—E ao nível da Team of Future, essa transferência também ajudou a solidificar a posição da empresa no mercado? Tendo a empresa uma visão mais direccionada para a descoberta de jovens talentos, pode-se dizer que o Neto acaba por ser um exemplo para muitos deles?
—Desde o primeiro momento da Team of Future que o grande objectivo é a carreira dos jovens portugueses. Numa altura em que os estrangeiros parecem dominar o futebol nas várias ligas nós apostamos no nosso produto e talento. Não é por acaso que o melhor jogador do mundo é português. Não é por acaso que uma das melhores selecções do mundo é a de Portugal. Portanto para nós a transferência do Neto para o Zenit é o culminar de um projecto de 3 anos em que um jogador passa de uma realidade da 2ª divisão portuguesa e atinge um clube da dimensão do Zenit e chega à Seleção Nacional.
O trajecto do Luís é uma referência importante para os nossos jovens, tal e qual é o do Salvador Agra que foi colega e aposta na mesma altura do Luís Neto. Ambos são enormes referências para os jovens perceberem que com muito trabalho podem chegar bem longe.

—Muitos dos jovens promissores que a Team of Future tem em carteira são oriundos da Povoa de Varzim e arredores, sendo que para os adeptos do Zenit o nome dessa cidade faz parte do vocábulo futebolístico. Acredita que em breve vão aparecer mais jovens dessa região a grande nível?
—Sim, definitivamente vão aparecer mais jogadores! Tem sido sempre assim e não fugir à regra. Mas antes de mais não quero dissociar a Póvoa de Varzim de Vila do Conde, Para mim é fácil, uma vez que não sou daquela zona e não sinto a rivalidade como os que lá cresceram.
Temos os exemplos do Luís Neto, Bruno Alves e Hélder Postiga que passaram pela formação do Varzim e que hoje fazem parte das escolhas habituais de Paulo Bento na selecção nacional.
No caso da Team of Future outra geração sénior vem aí que traz muito potencial como o caso do Salvador Agra, Rui Coentrão e Nelson Agra. E no caso das camadas jovens e dos jogadores que a Team of Future representa, preparem-se que muito mais talento está aí a rebentar.

—E qual é o segredo para que tantos jogadores dessa zona consigam chegar a um nível tão elevado que os leva a ser Internacionais A por Portugal?
—Há de facto algo muito especial nesse ponto do país, como é que um local de área geográfica tão reduzida pode produzir tantos talentos?
A resposta pode não ser assim tão complexa quanto isso, na minha opinião resume-se a um simples facto cultural. Gente humilde, lutadora e muito trabalhadora. A fantástica rivalidade bairrista nessa zona ajuda-os a serem muito mais fortes e muito mais competitivos e preparando-os da melhor forma para o futuro no futebol. Depois há uma dose de talento que parece que foi “semeada” nessa zona e que eles sabem aproveitar da melhor forma.

—Ontem saiu uma notícia no jornal Izvestia em que afirmam que o Bruno confirmou que o Neto estaria de saída do Zenit em Janeiro e que já estaria mesmo em Itália a negociar a transferência.
—Completamente falso, aliás o jornal em questão é muito sensacionalista. Há de facto clubes interessados no Luís Neto mas isso não significa mais do que interesse. Neste momento o Neto está é gozar o seu período de férias e pronto para voltar com toda a motivação para o Zenit de forma a preparar os embates do campeonato russo e da Liga dos Campeões.

—O Zenit lidera para já o campeonato e se mantiver a posição até Maio, poderá ser o primeiro título do Neto. Se isso acontecer como é que o vão receber na Team of Future? Ou poderemos talvez contar com a presença do Bruno Carvalho no jogo da consagração?
—Esperemos que sim, pelo que vejo e pelo que o Luís me conta a equipa tem trabalhado muitíssimo para ser campeã e claramente merece. Se tal acontecer é o primeiro grande título oficial do Luís Neto e vamos ficar extremamente orgulhosos dele.
Certamente que irei estar presente, até porque independentemente da distância entre Portugal e Rússia, as visitas a São Petersburgo são regulares de forma a acompanhar o Luís.