O preparador físico da equipe falou sobre as sessões de treinamento que ele define para os jogadores, seu potencial de desenvolvimento durante essa situação, diferenças entre jogadores russos e finlandeses e como manter sua saúde física e mental.
Como você está agora, depois de mais alguns meses no cargo? Você tem mais conhecimento sobre os jogadores e seus colegas de equipe?
Me sinto muito bem. Acho que, depois dos três campos de treino, os jogadores me conhecem melhor e eu também os conheço melhor, assim como a equipa técnica. Sou muito grato pelas boas-vindas que recebi de todos e por toda a ajuda que sempre me deram. De certa forma, eu estava ansioso para me estabelecer em São Petersburgo e reiniciar a liga, infelizmente isso terá que esperar.
Você define as tarefas dos jogadores todos os dias para ajudar a manter a forma durante o lockdown. Você adaptou a tarefa de cada jogador dependendo do que sabe sobre eles ou está direcionando todos os jogadores em geral?
A base do treinamento é entregue coletivamente. Eles estão trabalhando uma média de 10 a 12 exercícios por semana, todos com objetivos diferentes. O objetivo principal é lutar contra a perda de condicionamento físico. Devido à situação que estamos enfrentando, somos limitados em realizar atividades semelhantes às que os jogadores trabalhariam em campo. Mas, tentamos enfatizar as mesmas áreas do corpo com diferentes tipos de exercícios, para que possamos recriar o máximo que o futebol exige, ou pelo menos deixar o corpo o mais preparado possível para quando o futebol voltar. Além desta parte geral, alguns jogadores têm tarefas pessoais. As tarefas vêm de demandas que eles fizeram ou de recomendações que eu lhes dei durante esse período. Também achamos importante respeitar uma certa liberdade para os jogadores. Então, muitos deles me dizem que adicionam alguns de seus próprios exercícios às suas rotinas de treinamento. Isso é bom se aumentar a motivação deles para serem ativos, o que é a coisa mais importante no momento!
Alguns dos jogadores terão jogado zero futebol competitivo em 6 meses devido a situação atual. Você acha que esse intervalo prejudicará o desenvolvimento dos jogadores e o potencial avanço deles?
Este é um fato muito importante em nossa equipe. É verdade que nossos jogadores não competem oficialmente desde novembro, mas felizmente treinamos desde janeiro nos diferentes campos de treinamento no exterior. Durante isso, os jogadores dobram suas horas de treinamento e quantidade de jogos em comparação com o que são expostos durante a temporada competitiva. Por esse motivo, acredito que não devemos ficar alarmados e confiar que seu desenvolvimento continuará satisfatório. O mais importante é estabelecer diretrizes muito rígidas quando retornarmos ao treinamento. Essas diretrizes devem seguir cuidadosamente o princípio da progressão no treinamento. Devemos evitar lesões graves para que o treinamento dos jogadores não seja interrompido novamente. Certamente será um grande desafio, mas nossos jogadores são ambiciosos e motivados para perseguir seus objetivos, estamos aqui apenas para ajudá-los.
Você notou alguma diferença importante entre trabalhar com jovens jogadores russos e jogadores finlandeses de primeira linha?
Sim, existem diferenças. O contexto é diferente, na Finlândia, a maioria dos jogadores com quem trabalhei tem uma grande experiência e uma carreira por trás deles. Seu trabalho está mais focado em ajudá-los a competir e corrigir falhas, tudo está focado nos pequenos detalhes. Aqui, trabalho com jogadores que ainda não são 100% feitos, eles têm um grande potencial de melhoria e, portanto, trabalhar com eles é mais a médio e longo prazo. No meu caso, ajudá-los a melhorar como jogadores de futebol, explorando suas qualidades físicas e reduzindo o risco de lesões.
Sabemos que Vladislav Radimov corre em uma esteira e assiste a velhos jogos de futebol. Como você está passando seu tempo no confinamento?
Infelizmente, não tenho tanta sorte quanto o chefe. Se eu tivesse uma esteira, acho que já a teria queimado. Mas sim, tento permanecer o mais ativo possível, física e mentalmente. Como outros colegas do clube, estamos passando por essa situação longe de nossas famílias e pessoas mais próximas. Portanto, é importante estar ocupado e se sentir útil. Esta é uma oportunidade muito boa de continuar a educar como profissional e aprender coisas novas que me ajudarão a ser melhor quando tudo isso acabar, por isso, passo muito tempo ouvindo e conversando com outros profissionais, lendo e pesquisando. Também há tempo para assistir a jogos de futebol antigos. Estou surpreso ao ver e perceber como o futebol mudou, é incrível!
Todos nós precisamos de um pouco de ânimo alguns dias, você tem algum conselho para os fãs para ajudar a manter a forma física e mental?
Eu acho que ter uma rotina para os seus dias ajuda a ser mais produtivo. Mantenha as horas normais que você costuma ter no seu dia-a-dia, colabore nas tarefas domésticas, compartilhe hobbies com sua família ... E, acima de tudo, entenda que pode haver dias difíceis em que nos sentimos menos produtivos e com pouca vontade de fazer as coisas, não se preocupe, foco no dia seguinte.