Entrevista: Vladimir Kolos, jornalista russo
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Hoje nós iremos trocar de posição. Entrevistaremos quem está acostumado a entrevistar. Vladimir Kolos, jornalista russo, nascido em Belarus e torcedor do Zenit, irá nos responder algumas perguntas sobre nosso clube, suas experiências pessoais e sua opinião sobre diversos assuntos.

- Vladimir, você nasceu enquanto a União Soviética ainda existia. Você consegue lembrar algo daquela época?
- Quase nada. Quando a União Soviética acabou, eu tinha apenas 6 anos. Então, posso dizer que durante os anos 90 eu tive coisas mais importantes do que política. De qualquer modo, seria injusto falar que tenho memórias de uma época que não vivi. Eu nasci na cidade de Brest, que faz divisa com a Polônia. A minha cidade é a cidade mais europeia de Belarus, assim como São Petersburgo. Além disso, quando mais novo, passei muito tempo na Polônia. Meus conhecimentos relacionados à União Soviética só foram construídos através de livros.

- Como você começou a torcer pelo Zenit? Existiam times muito mais fortes durante aquele período.
- Foi um acidente. Em 1996 eu assisti ao campeonato russo na televisão. Eu não consigo me lembrar contra quem o Zenit jogava. Mas eu gostei do nome do time. O clube acabava de voltar a liga principal. Mais tarde eu assisti à outra partida. E depois outra partida... assim, eu comecei a seguir o clube. Sempre que possível assistia aos jogos na TV.
Em relação à clubes mais fortes, sabe como é – amor à primeira vista. Quando se está apaixonado, você não liga para outras pessoas. Na verdade, todos os times que eu admiro não são os mais fortes. Na minha cidade eu torço para o Dinamo Brest. Na Inglaterra, Liverpool (Costumava ser forte, já hoje...). Na Itália, Roma. Nessa lista de times o Zenit sempre ficou em primeiro. E não era um clube de sucesso, pelo menos até 2007.

- Como jornalista esportivo, qual foi o maior evento em que você participou nos últimos anos? Aconteceu algo que realmente chamou a sua atenção?
- Eu tenho que escolher sobre qualquer evento esportivo? Que difícil! (Risos). Se falarmos sobre minha experiência pessoal, posso afirmar, com certeza, que foi minha viagem à Istanbul para o clássico Fenerbahce – Galatasaray em 2013. Havia uma atmosfera fantástica no estádio. Eu nunca vi nada parecido antes ou depois daquele dia. Além disso, fui ao centro de treinamento do Fenerbahce e encontrei Bruno Alves (Lembram dele?). Após a partida ele me deu a camiseta que usou durante a partida.

- Como você vê o apoio internacional que o Zenit recebe? Você já teve a oportunidade de encontrar algum torcedor não-nativo?
- Posso contar você e o Marco *? (Risadas). Brincadeiras à parte, eu nunca encontrei ninguém, mas sei que existe um exército de torcedores mundo afora (Até mesmo nos EUA – país que não se importa muito com futebol).

- A mídia russa comenta sobre o apoio internacional que o Zenit recebe?
- Acredito eu que não.

- Quem é seu jogador favorito?
- Nico Lombaerts. Nossa lenda. Você lembra do jogo frente ao Villarreal e 2008? Nico se contundiu ao dar uma assistência para o Pogrebnyak. Foi sua última partida naquela temporada. Posso apostar que ele nem se importaria se aquela fosse sua última partida na carreira. Ele pode não ser tão técnico, mas é um grande guerreiro. E ele não leva desaforo de ninguém. Além disso, ele ama o clube. E para mim ele é uma lenda. Nada de Kerzhakov ou Arshavin mas Nico!

- Qual sua opinião sobre as performances do Hulk?

-Sabe, na última primavera, eu estava assistindo aos jogos da Champions League e pensava comigo que finalmente as piadas sobre os 60 milhões gastos parariam. Esta temporada é, absolutamente, sua melhor temporada pelo clube. E talvez a melhor de sua carreira! O que eu posso dizer é que não quero que ele vá para a China por 100 milhões.

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