André Villas-Boas: Os recordes individuais nunca têm o valor dos colectivos”
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No seu briefing antes de defrontar o Volga, o treinador do Zenit falou sobre a ausência do Hulk no próximo jogo, da ajuda da equipa técnica na análise do próximo adversário e referiu a importância dos objectivos colectivos acima de qualquer objectivo pessoal

— O Hulk não vai estar disponível para o jogo frente ao Volga. Considera mudar a táctica devido a essa ausência ou vai apenas fazer a troca por outro jogador?
— A equipa tem um esquema de jogo, uma identidade bem marcada. Normalmente quando um jogador está lesionado ou castigado, como é o caso do Hulk, tem de haver mudança de jogador mas nunca de identidade. Essa identidade temos muito vincada, muito forte e estamos confiantes que apesar da sua ausência e do facto de ter vindo a ser um dos jogadores com mais impacto desde que aqui cheguei, temos jogadores com qualidade para o substituir.

— Provavelmente ouviu que a mulher do Arshavin o levou a tribunal para o pagamento da pensão mensal aos filhos. Pensa que estes acontecimentos fora do futebol têm influência na sua forma de jogar ou um jogador deste nível não presta atenção a estas questões quando em jogo?
— Normalmente os jogadores são profissionais e conseguem e devem conseguir distinguir as coisas. Obviamente que a família é sempre um factor muito importante que deve influir na cabeça do jogador e no seu lado psicológico. Compreendo que essa situação do Arshavin possa não ser a situação ideal mas ele tem treinado bastante bem, está com muita vontade de participar no grupo que vai ao mundial além da ambição de ser campeão pelo Zenit e por isso a nós tem dado sinais que quer estar envolvido e quer estar dentro da equipa. Relativamente ao jogo ainda temos mais um treino e vamos ver como a equipa se comporta em treino e decidimos de seguida.

— Repetiu um recorde de série de vitórias de Valarey Gazzaev quando se estreou no CSKA. Esses recordes pessoais são importantes para si? Conhece o Gazzaev? Ele venceu uma Taça UEFA frente a uma equipa Portuguesa.
— Relativamente aos recordes individuais penso que nunca têm o valor que têm os recordes colectivos, os recordes de uma equipa. A mim não me faz diferença. Para mim tem muito mais significado o Zenit ser campeão e juntar uma estrela ao seu equipamento do que propriamente eu ter ganho 5 jogos e ter a possibilidade de ganhar um sexto. Para mim tem pouco significado, o meu maior desejo é que o Zenit se torne campeão. Não estou completamente certo do historial do Gazzaev, portanto não queria comentar. Sei que é um treinador apreciado na Rússia mas como o meu conhecimento nesse aspecto não é profundo, prefiro não comentar.

— Já provou que consegue fazer uma análise completa de qualquer oponente. Faz-lo sozinho ou alguém lhe dá algum tipo de informação, tal como o Daniel Sousa ou outro dos seus assistentes Russos?
— O Daniel tem estado comigo desde que eu comecei a minha carreira na Académica, tem sido um adjunto muito valioso. O que fazemos a nível de avaliação dos adversários penso que todas as equipas o fazem, não somos só nós. Todos nós queremos saber como joga o nosso rival e todos nós nos dedicamos um pouco à análise do jogo. Temos a ajuda fundamental do Simutenkov e do Semak pois têm a experiencia, conhecem a língua, estão mais atentos às noticias e dão um apoio a mim e ao Daniel nesse aspecto. Mas penso que todos os treinadores no geral observam as equipa adversarias e querem estar preparadas para o jogo.

— Já foi mencionado que o Hulk e Criscito vão falham o jogo frente ao Volga. Além disso o Lombaerts e o Witsel têm 3 cartões amarelos. Vai ter isso em consideração antes do jogo frente ao Lokomotiv? Pode-nos também dizer se o amarelo que o Hulk recebeu foi propositado ou se foi um acidente?
— Relativamente aos cartões amarelos temos de estar atentos. Eu recordo que o Hulk e o Lombaerts já têm esta ameaça faz algum tempo e têm conseguido comportar-se de forma exemplar portanto adiaram sempre o castigo que acabou de acontecer agora para o Hulk. Estamos conscientes que o Witsel e o Lombaerts têm esse risco de ficar de fora do jogo. São coisas que pesam sempre na decisão do treinador e temos de tomar a melhor decisão pois antes do jogo com o Lokomotiv há o jogo com o Volga e que também é importante. Relativamente ao cartão do Hulk, ele acabou por ter um pouco de azar pois o arbitro acabou por dar amarelo naquele lance.

— O quão se pode considerar o Volga um outsider sem esperança?
— Isso é muito complicado ou muito injusto de se dizer porque o Volga tem hipótese de se juntar às equipas que lutam pelo playoff e pela manutenção. Este resultado que tiveram com o Rostov foi muito importante pois deixam muito perto da zona de playoff e qualquer ponto é importante. Mudaram recentemente o sistema de jogo para um sistema com 5 defesas e têm tido um relativo sucesso com isso. Portanto nós temos e ter muito cuidado e o jogo com o Anzhi demonstra o cuidado que temos de ter quando defrontamos equipas que estão nos últimos lugares, pois precisam de pontos de uma forma desesperada e todos os pontos contam. Portanto temos de ter bastante cuidado com este jogo.

— Sabemos que colocou uma camera a gravar a forma como os seus defesas jogam. Isso ajudou-o a estudar a forma de jogar do Zenit de forma mais completa e tem sido útil?
— Nós filmamos não só os jogos mas também os treinos. É uma forma que nós temos de analisar os comportamentos da equipa. Toda a informação que temos é importante e depois a informação que passamos aos jogadores é que temos de decidir se é importante ou não. Todo o treinador gosta de organizar a equipa da melhor forma e nós queremos fazer o mesmo. Portanto quando gravamos os defesas ou gravamos o jogador ou os treinos é com intenção de tentar melhorar o jogador e a equipa sempre. 

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