André Villas-Boas: “Precisamos de todos para sermos campeões”
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O treinador Português avaliou a forma recente do Anzhi, próximo adversário na Liga Russa, explicou a razão para a equipa só voar para Makhachkala no dia do jogo e afirmou que a equipa precisa de todos os jogadores do plantel para chegar ao título.

- A imprensa Espanhola escreveu que o Barcelona está a analisar os possíveis sucessores para treinador do clube e tu és um dos nomes. Falaste com algum dos representantes do clube Catalão e estarias pronto para sair caso fosse paga a indemnização como aconteceu na saída do Porto para o Chelsea?
- Não há qualquer verdade no rumor que está a correr. Em primeiro lugar eu acabei de assinar um contrato de dois anos e meio com o Zenit, estou muito feliz e gosto bastante do clube, estou a ambientar-me muito bem. Além da noticia não ser verdade também não faria sentido nenhum deixar este projecto novo no Zenit com ainda tudo por fazer. Ainda agora começamos, estou bastante satisfeito, temos grande ambição de conquistar o título este ano e construir um Zenit muito forte. Estou portanto completamente focado no Zenit nos próximos anos.

-Viste as palavras do Konstantin Zyryanov que disse que o seu futuro no clube depende de ti? Ou mesmo respeitando a sua carreira é melhor agradece-lo por tudo o que fez no Zenit e dizer adeus?
- Neste momento a informação que tenho é que o Zyryanov está em contacto com o clube para uma possível renovação do seu contrato que termina este ano. Eu fico sempre satisfeito quando vejo um profissional como o Zyryanov ser sempre o primeiro a chegar ao treino, o primeiro para fazer os exercícios e sempre de uma forma educada e profissional, esperando a sua oportunidade para entrar na equipa. O Zyryanov é um grande símbolo do Zenit, tenho muito respeito por ele, tal como o clube. Penso que o futuro dele estará sempre ligado ao Zenit. Espero que as duas partes cheguem a algum tipo de entendimento e que eu possa contar com ele de uma forma ou outra.

- Quem é que não pode jogar amanhã na partida frente ao Anzhi? Já alguma vez tinhas viajado para uma partida no dia do jogo, tal como vai acontecer amanhã? Isso muda os seus planos?
- Nós temos alguns jogadores em risco para o jogo contra o Volga mas neste momento não vamos fazer qualquer tipo de gestão. Vamos com a equipa mais forte, a equipa que está disponível. Temos levado toda a gente disponível para os jogos, as convocatórias incluem toda a gente e assim vai ser contra o Anzhi. Só viajamos amanhã pois achamos que é muito importante ter aqui o conforto e penso que com 3 horas de voo conseguimos chegar frescos para o jogo. Portanto decidimos manter desta forma, só ir a Makhachkala para jogar e jogadores estão já com esse pensamento e não haverá nenhum tipo de cansaço pela viagem.

- O Anzhi ajudou o Zenit a chegar ao primeiro lugar e apesar de estar no ultimo lugar neste momento parece mais forte. O que podes dizer sobre o Anzhi? Como ajustar psicologicamente a equipa para vencer este jogo?
- Recentemente os jogos do Anzhi têm sido bastante melhores. A equipa sofreu uma transformação muito grande e agora encontrou o equilíbrio e os resultados. Têm ainda uma possibilidade de entrar nas equipas de playoff e portanto qualquer equipa que joga para evitar a despromoção, pela sobrevivência, joga com um espirito e uma garra que são diferentes. Só isso já pode explicar o que se passou contra o Lokomotiv na semana passada, porque os jogadores estavam de tal forma entusiasmados e com vontade de tirar um bom resultado que acabaram por sair com um empate. Nós temos isso em conta, é uma equipa que está completamente diferente, uma equipa forte. Não podemos dar qualquer tipo de oportunidade. Faltam 4 finais para podermos ser campeões e temos de aproximar este jogo com grande concentração e sem qualquer tipo de relaxamento.

- A primeira parte da época tem sempre mais jogos do que a segunda. Nessa altura a equipa também joga as competições Europeias e a Taça da Rússia. Como convencer agora os jogadores que não são primeiras opções e não jogam faz 3 ou 4 meses a continuar a treinar a 100% e a não ficarem chateados?
- Isso é algo que faz parte da gestão do treinador, qualquer plantel é feito de 25 jogadores onde jogam 11 e os outros querem sempre entrar na equipa. Ficam frustrados, querem ajudar a equipa, pois o futebolista foi feito para jogar e não para estar sentado no banco. No entanto isto é um jogo colectivo, precisamos da ajuda de todos, contamos com todos e é essa a mensagem que temos vindo a passar. Normalmente o que se passa nestas alturas é que é preciso esperar uma oportunidade e quando ela aparece o jogador tem de agarra-la e começar a jogar. Nós temos usado alguns jogadores diferentes, temos em conta os que ainda não usamos como o Zyryanov, o Hubocan ou o Ansaldi. Eles sabem que contamos muito com eles mas também sabem que têm de ser pacientes. A equipa está a ter resultados e portanto têm de esperar pela oportunidade. A única mensagem que passamos no momento é que nenhuma equipa que é campeã pode abdicar de jogadores e portanto precisamos de todos para sermos campeões.

- Neste momento é evidente que neste esquema o Zenit jogará com um ponta de lança, que será o Kerzhakov ou o Rondón. Existe algum tipo de acordo sobre quem vai jogar? Ou é só uma decisão da equipa técnica quem vai jogar? E é possível ter o Kerzhakov e Rondón a jogarem juntos?
- Sim é possível jogarem os dois avançados juntos mas até este momento ainda não tivemos a necessidade de meter dois avançados pois temos sido capazes de criar muitas oportunidades de golo com um avançado. Por vezes não é o facto de se ter mais um avançado que significa que a equipa é mais atacante. Pode até significar o contrário. Contamos com ambos e também existem jogadores que estão em grande forma como é o caso do Hulk e do Danny, que é um jogador que cria muitas oportunidades para a equipa, cria muito jogo. Não é um ponta de lança fixo, talvez não marque os golos que as pessoas esperam mas cria muitas oportunidades de golo. Nós contamos com esse tipo de jogadores criativos que são capazes de alimentar os ponta de lança. Os ponta de lanças vivem de golos e neste momento é o Rondón que está a jogar e tem tido mais felicidade em frente à baliza mas contamos completamente com o Kerzhakov. Tivemos também essa conversa com ele, que é a de querermos que ele se torne o maior goleador da história da Liga Russa. Faltam-lhe 14 golos para o ser e nós queremos ajuda-lo a atingir isso, se não neste ano então no próximo.

- Existe um acordo sobre quem joga durante o jogo?
- Não.

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