#TorcedorEscritor - Homenagem a Fernando Ricksen
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O texto de janeiro é de Caio Vinicius Moraes.

O futebol nos proporciona diversas histórias, algumas nos fazem rir, outras nos fazem chorar. Hoje, destacamos a história do guerreiro holandês Fernando Ricksen. Você conhece Fernando? Deve se lembrar dele vestindo a camiseta da Laranja Mecânica, ou então, batendo o Manchester United na Super Copa da UEFA pelo Zenit. Infelizmente, as batalhas do lateral direito, não se resumem apenas às quatro linhas. O ídolo e ex-capitão do Rangers da Escócia foi diagnosticado com Esclerose Lateral Amiotrófica, doença fatal e autoimune, significando que não tem cura. Hoje, com 41 anos e aposentado desde 2013, se recusa a parar de lutar. É destacada a sua força de vontade em uma de suas principais tatuagens, localizada no peito: "Eu sou um guerreiro. Um guerreiro com espírito de luta. Nunca vou desistir e nunca vou me render". Ricksen era um daqueles jogadores que tinha o carinho dos torcedores, era bad boy, não tirava o pé de uma dividida. Líder nato, sempre representou os mantos que vestiu, sem deixar de lado as bebedeiras. Além da seleção holandesa, ele passou por clubes como Fortuna Sittard, AZ, Rangers e Zenit, dando destaque para o time de Glasgow. Na Escócia, ele participou de 182 jogos anotando 13 gols, conquistando todos os títulos nacionais e fazendo com que ganhasse o posto de ídolo. Na temporada 2003/2004, alguns jogadores importantes do Rangers deixaram o clube, no entanto, o holandês, apesar de muitas lesões, e problemas disciplinares durante a temporada, provou o amor pelo time fazendo 42 jogos e levando-o à segunda posição do Campeonato Escocês. Em outubro de 2003, no decorrer do calendário futebolístico, Ricksen empurrou o presidente dos Rangers John McClelland, para uma piscina antes de uma partida contra o Panathinaikos, em Atenas. Na temporada seguinte, tendo como sua melhor, ele venceu o prêmio de melhor jogador do campeonato e ajudou o time a erguer a taça de Campeões da Escócia. Em março de 2014, Ricksen foi integrado ao Hall Of Fame do Rangers, eternizando a sua história no clube. No ano de 2013, o ex-capitão dos The Lights Blues revelou que estava em estado terminal. Um documentário explicando e vivenciando um pouco da rotina de Ricksen foi exibido em 2015 e ficou conhecido pelos fãs do futebol e ícones do esporte. Em 2016, após o encontro com Cristiano Ronaldo no prêmio Ballon D'or, Fernando foi convidado pelo craque português para assistir um jogo no estádio Santiago Bernabéu. Apesar de saber que a cura para sua doença chegará tarde demais, ele se recusa a desistir e busca forças para lutar junto com sua família e honrando a frase estampada no peito. Seu objetivo com o documentário foi mostrar o que a doença faz com as pessoas, porém, acima de tudo, continuar sendo um lutador em qualquer ocasião. Alguns momentos de sua história mostram que, como qualquer outra pessoa, Fernando teve problemas e dificuldades, mas nunca deixou de lutar contra elas, seja dentro ou fora de campo. Seria errado dizer que não houveram atitudes radicais na carreira de Ricksen, porém isso desenhou o caráter de um homem que nunca deixou de lutar por sua vida, família e felicidade. "Eu sou um guerreiro. Um guerreiro com espírito de luta. Nunca vou desistir e nunca vou me render".


Caio Vinícius Moraes. 18, estudante de comunicação social na fundação Cásper Líbero

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